terça-feira, 3 de março de 2009

O século de Max

Acaba de chegar-me o famoso e polêmico livro de Alasdair MacIntyre, Depois da virtude. (Bauru: EDUSC, 2001). Como tantos outros livros que me chegam, falo "alô" pra ele, leio a introdução, passo os olhos em algumas partes, deixo ele vivendo sobre minha mesa por volta de uma ou duas semanas até me resignar de que não é o momento de ler nada mais profundamente, a não ser aqueles que têm a ver diretamente com a minha querida e amada tese, que caminha, creio eu, confiando em Deus, para os seus finalmentes. Numa dessas partes que passam pelos olhos li uma coisa muito interessante: MacIntyre afirmando que a visão contemporânea do mundo é predominantemente weberiana. Isso em 1981 levantava muitos protestos, entre liberais, "marxistas" e "marxianos". Os primeiros diriam contra o argumento que o mundo é marcado pela pluralidade de valores, de uma multiplicidade de visões. Já os socialistas argumentavam que a visão de mundo era marxista. Aos primeiros MacIntyre afirmava que a pluralidade é tema fundamental de Weber. Aos segundo dizia que "quando os marxistas se organizam e se movem rumo ao poder sempre se tornam e sempre se tornaram substancialmente weberianos, mesmo que permaneçam marxistas em retórica [...] não conhecemos movimento organizado rumo ao poder que não seja burocrático e administrativo em modo e não temos conhecimento de justificativas para a autoridade que não sejam weberianas". Como estampou-se uma vez na Mais! da Folha de S. Paulo, numa enquete sobre os livros mais importantes do século XX, "o século que deveria ser de Marx é de Max".

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