"O golpe de 64 marca um mito fundador da esquerda brasileira. Sem ele, muita gente não teria carreira intelectual ou política. Teria soçobrado no esquecimento. Neste sentido, além de horroroso fato histórico, ela cumpre uma função mítica facilitando certas identificações, que, com o tempo, podem não significar muita coisa [...] Nos anos 60 vivemos um "suspense" entre duas formas de totalitarismo. Quis a "história" que um vencesse. Tivesse vencido o outro, os assassinatos teriam sido aos montes; as perseguições, em vez de apoio da CIA, teriam apoio da KGB. Milhares de pessoas (as ditaduras comunistas adoravam grandes cifras) teriam sido torturadas e mortas em nome da revolução socialista (assim como acabaram sendo em países onde os "ídolos" de muitos dessas "vítimas" venceram a batalha). A monstruosa revolução cultural chinesa tinha apoio de muitos dos nossos "santos de 64".
Além disso, existe a dúvida acerca dos "resultados" -comunistas foram incompetentes. Seria bom acordarmos numa grande Cuba? Talvez hoje estivéssemos pior economicamente, atolados numa burocracia e num sistema marcado pelo medo e pelo atraso histórico. De alguma forma, fomos salvos do pior?"
Além disso, existe a dúvida acerca dos "resultados" -comunistas foram incompetentes. Seria bom acordarmos numa grande Cuba? Talvez hoje estivéssemos pior economicamente, atolados numa burocracia e num sistema marcado pelo medo e pelo atraso histórico. De alguma forma, fomos salvos do pior?"
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