segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Crise mundial: o mundo por vir

Claro que vivemos um momento histórico com a reunião do G-20 e suas tentativas de colocar fim à crise geral que assola o mundo, principalmente os países desenvolvidos. Na verdade, pergunto-me, qual momento não é histórico, sendo que sempre estamos a caminhar pelo tempo? Deixando para lá divagações entre continuidade e descontinuidade, permanências e rupturas, (jargões repetidos até a exaustão hoje em dia), identifico esse momento como mais um daqueles que prenunciam, não uma “nova era”, como gostam de falar aqueles carregados de profetismos milenaristas, mas de um momento histórico que, junto com outros, engendram novas formas de relacionamentos entre os países. Sabemos claramente, quem acompanha os jornais e lêem algum tipo de literatura mais "formativa", que tal evento, ou seja, a reunião do chamado G-20 em Londres no início de abril, dá mais um passo na criação de uma nova ordem mundial. (“Alguma coisa está fora de ordem”, já dizia Caetano). Na esteira da queda do muro de Berlim, da aceleração da globalização econômica, colocada agora em xeque com a crise que se instalou em 2008, e cultural, nunca duvidada, e aprofundando-se a cada dia, dos ataques terroristas em Nova York, Madrid e Londres, estamos a caminho, não sabemos de que, mas estamos. É claro que o mundo ainda, com instituições como a ONU e sua sempre mais debilitada representação, entre outras, reflete a conjuntura que se instalou no pós-guerra. Acontece que aquele mundo, marcado, principalmente, pela bipolarização, EUA x URSS, não existe mais. O que ficou foram seus resquícios, inclusive intelectuais (existem aqueles que ainda falam em “revoluções”), que tendem a enfraquecimentos e a novas configurações para uma sobrevivência num mundo que se transforma rápida e drasticamente. Os líderes mundiais sabiam dos novos desafios que foram lançados com o fim do comunismo soviético e no Leste Europeu no final da década de 1980, da ascensão da China como superpotência, e de países como Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e México no cenário político e econômico internacional.
Por outro lado, sabemos também que esta crise que vivenciamos não é apenas econômica, mas também presentimos que, no fundo, para repetir aquela frase clichê, a "crise é moral"! Quem não sabe da culpa dos altos banqueiros na pane do sistema atual? As mentiras foram uma das grandes responsáveis pelo que acontece agora. As propagadas por (ir) responsáveis de bancos e agências financeiras, que “jogaram”, não teria palavra melhor, com o dinheiro daqueles que confiram a poupança de anos de trabalho na instituição "x" ou "y". Sei que o "buraco é mais embaixo", e que não tenho know-how suficiente para debater sobre economia e derivados. Mas qualquer um, mais atento, sabe que o sistema em si, baseado numa procura sempre crescente, e que deve se estear para manter o sistema em pé, é de uma insustentabilidade tal, além de ser baseada também em uma mentira, que outras crises já são tomadas como certas no futuro. As crises econômicas não são novidades. Tal como as conhecemos hoje em dia, aconteceram sempre, desde que o sistema capitalista predominou como forma de produção e consumo. Geralmente, em retrospectivas, fala-se na "crise de 1929" como paradigma típico de crises econômicas. E não erram. Contudo, o século XIX presenciou duas delas também. Em 1826 tivemos o crack da bolsa de Londres e em 1873 o da bolsa de Viena. Em 1929, a mais conhecida delas, o crack da bolsa de Nova York. Em 1982 uma outra crise devido a segunda recessão do pós-guerra.
Não me baseio nas idéias de Karl Marx em minhas pretensas análises conjunturais e históricas, devido ao seu intrínseco caráter limitador e reducionista. Contudo, o pensador alemão não erra em nos dizer que "tudo que é sólido desmancha no ar". O que presenciamos em todas as crises e nessa em particular? Tudo caindo como um castelo de areia. A riqueza desaparecendo, os empregos sumindo, o consumo despencando, a instabilidade política crescendo. Como nossas vidas pessoais são tão dependentes de instituições e “humores do mercado”! No último dia 2 de abril, quando Gordon Brown, primeiro ministro inglês, deu uma entrevista coletiva sobre o encontro do G-20, atrás dele via-se o logotipo do evento. Abaixo do “G-20” estava escrito, entre outras duas palavras que não me lembro, “estabilidade”. É aí que mora a contradição: como haver estabilidade num sistema no qual a instabilidade é quase que sua constituinte ontológica? Se não são geradas insatisfações e novos desejos não há consumo, e se não há consumo não há produção. Assim, nas teias do mercado estamos entrelaçados. Oxalá essas reformas propostas pelo G-20 vinguem e possibilitem, em um futuro não tão longe, maior “estabilidade” econômica, se isso é possível, mais representatividade dos países em desenvolvimento e uma maior participação dos países pobres das benesses da civilização. Além, e principalmente, de uma ordenação mundial que busque bases éticas comuns e duradouras.

terça-feira, 21 de abril de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

WDL

World Digital Library entra no ar amanhã com obras do mundo todo digitalizadas.

sábado, 18 de abril de 2009

Do terremoto em Abruzzo


Fonte: Max Rossi/Reuters

quarta-feira, 15 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009